Retirar-se do centro do mundo

A vida no mundo social humano - Debate número 11

A filosofia do tornando-se da Religião Pagã

Claudio Simeoni
traduzido por Dante Lioi Filho

Filosofia Pagã

Índice:

--- Retirar-se do centro do mundo

--- A condição narcisística

--- O Pigmalionismo

--- Os sentimentos de culpa

--- Imitação

--- A ruptura da condição narcisística

--- Oportunismo

 

 

Retirar-se do centro do mundo

O indivíduo social se torna consciente do engano e se subtrai!

Nós somos Seres da Natureza, somos filhos de Hera, como os Seres Animais e os Seres Vegetais.

Estabelecemos isto no ciclo de debates precedente. Agora devemos levar em consideração que somos também Seres Sociais. Nós somos Quiriti.

Somos filhos de Quirino. Isto significa que nós para construirmos a nossa existência, enfrentamos as oposições dentro do nosso Sistema Social.

Mas há uma coisa que deve ser dita: o Ser Humano quando nasce, não se adapta aos fenômenos que do Ser Natureza chegam a ele, mas se adapta aos fenômenos gerados por uma intermediação, uma adaptação, que o Sistema Social fez durante milênios, recortando um espaço dentro do Ser Natureza. O Sistema social envia fenômenos ao novo que nasceu, afim de que o neonato se adapte ao próprio Sistema Social.

O neonato se adapta aos fenômenos que chegam do Sistema Social até ele.

VEJAM FUNÇÕES DOS NEURÔNIOS "MIRROR" - ESPELHO!

A nova criança nascida para chegar aos braços de Hera, e adaptar-se aos seus fenômenos, deve antes adaptar-se, enfrentar e superar os fenômenos próprios do Sistema Social aonde ela nasce: o seu Quirino!

O Quirino que se lhe apresenta, *através do Sistema Social em que nasce*, para gerar o Quirino, que ele, neonato, se torna, *através do seu ser indivíduo social*, e Quirino que se transforma, o Quirino em que nasceu, *através da sua atividade!*

Neste Sistema Social, a Stregoneria individua em número de 5 elementos, através dos quais o indivíduo pode construir o seu próprio vir-a-ser mágico, retornando aos braços de Giunone ou Hera, ou se preferirem, o Ser Natureza, construindo uma grande sociedade Quirita para ser deixada como herança aos próprios filhos, onde possam construir o Quirino deles:

1) Retirar-se do centro do mundo!

2) Ceticismo!

3) Juízo de necessidade!

4) Perguntar-se o por quê das coisas!

5) Loucura controlada!

Hoje falaremos do RETIRAR-SE DO CENTRO DO MUNDO!

 

A condição narcisística

Para afirmar e demonstrar a necessidade de nos Retirarmos do Centro do Mundo, é necessário demonstrar que o Ser Humano é educado a considerar a si mesmo como estando no Centro do Mundo. É necessário demonstrar no que implica considerar-se como estando no centro do mundo, seja na nossa estrutura psíquica, seja na nossa capacidade mágica em nos relacionarmos com o mundo em que vivemos!

Influência

"No âmbito do cognitivismo Leon Festinger mostrou que o singular está privado de defesa diante das opiniões divididas e é levado a acreditar que o erro é sempre individual, enquanto a verdade é social, de onde surge a necessidade de se acreditar nos outros. As pesquisas em psicologia social demonstraram, enfim, que o grupo tende a expulsar a quem não acolhe os valores aceitos e distribuídos entre as pessoas; e também em fazer uma divisão entre maioria e minoria quando o consenso não é unânime.

A influência da maioria contribui para manter a uniformidade social, enquanto a influência da minoria tende a dar início a processos de mutações sociais"

Do dicionário de psicologia "Le Garzantine" de Umberto Galimberti.

Conseguir compreender como, num complexo social um sujeito que manifesta uma opinião, seja revolucionário no sistema ideal expresso, é um dos primeiros passos da manifestação da Stregoneria em âmbito social.

Para que o mecanismo de influencia seja eficaz é necessário que a discussão detalhada aconteça dentro de um grupo, onde existem elementos comuns entre todos os componentes. Os elementos conceituais comuns entre todos os componentes de um grupo permitem a manifestação de opiniões, onde a força das opiniões generalizadas tendem a obrigar o sujeito individual a acreditar de que ele está em erro. A questão verdadeira é que o grupo DEVE manifestar teses que se expressem por uma autoridade, que não incida apenas sobre opiniões, mas também no âmbito econômico, jurídico e político. Na prática, um sistema social complexo reprime o indivíduo em particular. Este está RODEADO de opiniões adversas que não se limitam em se manifestarem como opiniões, mas constituem nos seus confrontos, ações que conduzem à chantagens, seja no plano político como no econômico ou social. Não se trata de ideia diversa que se impõe sobre o particular, mas se trata de uma estrutura que solicita do particular para reprimir as suas ideias próprias, subjetivando as da própria estrutura com as ameaças de chantagem econômica, social ou política. Quando a estrutura não alcança o seu intento, tende a expulsar, marginalizar ou eliminar o indivíduo que não se reprimiu no seu modo de ser ou de pensar.

O que tem de precioso o indivíduo?

Ele mesmo: o seu modo de ver, compreender e penetrar o mundo!

O que deseja do indivíduo o Sistema Social onde ele vive? Apropriar-se dele, obrigando-o a subjetivar o seu modo de ver e de compreender o mundo. O Sistema Social inicia uma campanha social maciça contra o que diverso dele, contra aquele que ele pode marginalizar, e em geral contra cada pessoa que não se adequar às suas categorias próprias.

É a verdade proclamada do Sistema Social que quer submeter e matar o respiro de liberdade que foi o sopro da vida de cada indivíduo. Para fazê-lo, o Sistema Social deve obrigar o indivíduo a subjetivar-se. Nesta identificação o indivíduo se considerará no centro do mundo!

Quando se considera no centro do mundo, há sempre algum outro que tenta impor, agindo em luta conosco, procurando nos convencer que ele está mais ao centro do mundo do que nós. Estamos, assim, habituados a nos considerarmos no centro do mundo com relação a pessoas em posições "mais fracas", e que devemos aceitar com facilidade e normalidade que "ele", mais forte do que nós, esteja no centro do mundo!

Nós, pela nossa vez, somos objetos de armadilha que nos subjetivaram esse convencimento, porque sofremos a armadilha de quem nos impôs a crença de que nós estamos no centro do mundo.

Subjetivada essa crença, como a que foi imposta pela organização familiar, estamos prontos a aceitar um tipo de hierarquia nas competições do CENTRO DO MUNDO!

Quais são as necessidades sociais pelas quais se impõe isto? É a necessidade de controle do neonato manifestada por um Sistema Social que se separou de Hera. O Sistema Social impõe o seu desejo próprio de domínio, de controle, no que se refere ao mundo circunstante, e para mantê-lo, garantindo, assim, esse controle no tempo, deve impor a sua egocentricidade ao recém-nascido.

Deve fazê-lo adoecer de Narcisismo!

Mas não muito!

Porque a satisfação da condição narcisista é uma concessão que o Sistema Social faz aos seus membros, e lhes permite a manifestação, a satisfação, segundo o modo como os seus membros o servirem!

As subversões sociais conduzem a uma redistribuição (aos outros membros sociais ou outros membros alcançando a hierarquia social) do direito social para a satisfação da condição narcisística imposta aos indivíduos. As revoluções sociais, as comoções sociais, as reivindicações sociais, não comportam nunca a saída do narcisismo e da necessidade para dele satisfazer a condição subjetiva.

OBRIGAR O MUNDO A SERVIR O NARCISO, PORQUE O NARCISO AMA, IMAGINA E DESEJA SERVIR A SI MESMO!

Ao impelir as pessoas a isto, o Sistema Social impõe, para permitir a expressão narcisística das pessoas nos diversos papéis, hierarquicamente estabelecidos, para que as pessoas sirvam a hierarquia amando-a como a hierarquia imagina e deseja ser servida!

Em algumas circunstâncias da vida essas ligações se afrouxam, em outras circunstâncias se apertam, mas o principio no fundo permanece: vejam as relações de trabalho! Como permanecem os traços disto na estrutura psíquica dos indivíduos, que mesmo se removidos racionalmente, emergem quando se procuram soluções de conflitos psicológicos ou sociais que vivem.

Os elementos destrutivos dessa estrutura educacional se manifestam na atividade no mundo do indivíduo. Quem não satisfaz os impulsos narcisistas dentro do Sistema Social, executa ações destrutivas em comparação com ele mesmo, Sistema Social (incômodo social); ou então executa estratégias inibidoras em paralelo com os seus impulsos próprios (que têm a função de se auto impor a aceitação passiva do condicionamento educacional sofrido) ou tensões.

A condição do narcisismo às vezes degenera em destruição da ordem social, que governa a manifestação do narcisismo por parte dos seus membros.

Uma forma extrema, tendo como fundamento a construção dos impulsos narcisísticos das pessoas, é a atividade do sadismo social. Essa atividade não consiste no gosto ou no prazer de fazer o mal (coisa que pertence mais à esfera sexual), mas no prazer de reproduzir a destruição no indivíduo, obrigando a quem é socialmente mais fraco, a estar em uma condição de submissão, até que seja obrigado a assimilar a condição narcisística para poder ser aceito socialmente, e tentar, de acordo com que lhe for possível, escalar a hierarquia dos narcisistas!

O ESTUPRO DOS CATÓLICOS NO QUE SE REFERE ÀS CRIANÇAS, SE ENQUADRA NESTA ÓTICA, combinando-se com impulsos sexuais reprimidos: narcisismo com finalidade de domínio sexual!

 

O Pigmalionismo

Em Psicanalise: "Tendência para se enamorar das próprias criações. O termo é usado para indicar a propensão inconsciente, que é amoldada pelo terapeuta ao paciente, mantendo-o num estado de dependência para evitar a consequente separação do processo de crescimento e de autonomia progressiva."

Do dicionário de psicologia "Le Garzantine" de Umberto Galimberti

De um modo geral, podemos definir como aquele comportamento com o qual os indivíduos "amoldam a realidade à sua própria imagem e semelhança", ao invés de viverem e governarem a realidade em que vivem. Os indivíduos narcisistas amam a si mesmos e não estão em condições para se relacionarem com o mundo, se este não assume a forma projetada pela imaginação deles.

O comportamento é definido em psicanálise, mas na sociedade encontramos as dificuldades dos indivíduos em se relacionar com o mundo, e a manifestação da necessidade deles de reduzi-lo à forma desejada por eles. Em política assistimos a "política das reformas" como uma proposta de reforma social. Como se cada partido político desejasse amoldar a sociedade com base na sua imaginação. Dificilmente assistimos às "propostas políticas" para uma administração simples da sociedade e da Constituição.

Esta atitude a encontramos também nas pessoas e nas categorias de juízo delas. O outro é julgado com base nas próprias categorias, não se penetram as razões ou as categorias do outro. E quando o outro não respeita ou se adapta às nossas categorias, às vezes chega-se a se invocar providências emergenciais.

Assim é nas relações familiares: os filhos se amoldam!

Não lhes são fornecidos os instrumentos adequados com os quais enfrentarem a existência deles, se esses instrumentos não estão dentro do que é imaginado pelo genitor ou tutor. Assim, cada geração hipoteca a geração sucessiva.

É uma manifestação subjetiva de estar no centro do mundo.

Assim como o terapeuta em psicanálise põe a sua imaginação como referência na relação com o paciente, assim também na sociedade e na família, pessoas e partidos políticos põem a própria imaginação como referência em paralelo com a sociedade.

As coisas, os elementos, as estruturas, não aquilo que são, mas aquilo que a referência imagina e tenta obrigar aos outros a estarem em igualdade com a sua imaginação.

A criança constrói a sua ideia do mundo com base nos fenômenos que do mundo chegam a ela, mas quem envia o fenômeno à criança, daquilo que ele imagina do mundo, e imaginando que seja útil à criança; só que é como ele imagina que seja útil a ela.

Assim, o Pigmalionismo é uma doença da vida, como manifestação da incapacidade dos sujeitos de aceitarem ao outro por aquilo que ele é: está-se ao centro do mundo com a sua imaginação própria.

Por quê é possível impor comportamentos narcisísticos às pessoas?

Porque cada Ser da Natureza (cada Auto Consciência) tem em si Demetra e Ceres. Cada pessoa é impelida a se afirmar, só que ela age em um Sistema Social que cuida em limitar exemplos para se imitar : o carniceiro de Sodoma e Gomorra e ele mesmo como delegado (de quem o imita).

A imitação do carniceiro de Sodoma e Gomorra conduz a uma aprovação social, e a aquisição da possibilidade de auto afirmação no indivíduo que cresce, retrucando contra a qualidade do seu crescimento e das suas expressões na sociedade em que vive. As forças naturais do crescimento são reprimidas às exigências do Sistema Social que lhe permite a expressão somente na forma narcisística. Como para o prazer sexual que era permitido somente nas formas de posse em manifestações de fobia ou reprodutivas.

Para o Sistema Social é importante que seja reproduzido o narcisismo dentro de cada manifestação do indivíduo.

A condição narcisística constrói as verdadeiras e apropriadas barreiras psíquicas, com as quais o indivíduo protege a sua própria condição narcisística dos fenômenos externos, que poderiam modificá-la: o narcisista se reafirma também negando a realidade que recai sobre os seus sentidos. Inibe os sentidos para que não vejam a realidade!

Do ponto de vista social, quem vive a condição narcisística alinha todo o seu ser para executar estratégias, que para gratificar a si mesmo, obrigam o ambiente aonde ele vive a serem dominados por ele, e com isso o narcisística tira uma gratificação do mundo submetido.

Do ponto de vista mágico:

A subjetivação do papel, como modo de se representar e de se exprimir, nega cada possibilidade do indivíduo usar parâmetros diferentes desse papel para a formação do seu juízo próprio.

OS HOMENS NÃO SÃO MAIS AQUILO QUE SÃO, MAS SÃO A REPRESENTAÇÃO DO PAPEL SOCIAL QUE OCUPAM!

O papel é interiorizado e se torna a modalidade com a qual o indivíduo se relaciona com o mundo! Normalmente sucede que um indivíduo é forte, na medida em que detém aquele papel social, e depois se torna fraco até morrer ao perder aquele papel ( tipo encaminhar-se para a aposentadoria ou fica de licença ou, ainda, vai à procura de outros papéis sociais etc.

 

Os sentimentos de culpa

Na psicoanálise: "Neste âmbito não se fala de culpa, mas de sentimento de culpa, isto é da emoção seguida após a violação de um preceito. O sentimento de culpa pode ser consciente ou inconsciente; em ambos os casos, ele deriva, segundo S. Freud, do conflito entre o Super-eu e os desejos sexuais e agressivos infantis, conflito que é uma representação interiorizada e uma perpetuação dos conflitos entre a criança e os seus genitores."

Do dicionário de psicologia "Le Garzantine" de Umberto Galimberti.

Os sentimentos de culpa são os conflitos que se geram entre as tensões que de nós emergem, e pedem para se manifestarem no mundo, a estrutura ético-moral que é imposta mediante uma estrutura educativa da pessoas, e as capacidades (ou as possibilidades) do sujeito em poder manifestar as suas próprias tensões e impulsos na vida quotidiana. A realidade do quotidiano se eleva à juíza das ações com as quais o sujeito manifesta as suas tensões e os seus impulsos, criando um conflito entre aquilo que lhe é consentido e o que é desejado por ele. Para aderir o quanto ele deseja, ele se bloqueia, bloqueando, desse modo, os seus impulsos. Quando as tensões e os impulsos superam o bloqueio, sem que o indivíduo esteja em condições para discipliná-los, controlá-los ou canalizá-los, são produzidos nele os sentimentos de culpa, que se tornam verdadeiros e exatos bloqueios inibidores da manifestação das suas tensões no quotidiano.

O indivíduo se torna prisioneiro da ética e da moral impostas.

Desde esse momento que passa a viver como prisioneiro, manifesta-se o elemento estar no centro do mundo, porque se convence de que respeita a estrutura educacional que lhe foi imposta. Quando ele viola tal moral, sem a autodisciplina do intento libertador, sofre consequentemente, uma ulterior coerção, sob a forma de reforço da inibição da sua ação.

O indivíduo, então, no centro do mundo, reproduz aquela moral (à outras pessoas), porque aquela moral o torna digno de considerar-se no centro do mundo. Quer-se dizer: o modelo a ser imitado. O super homem que pode comandar e julgar os outros homens.

Na remoção da posição central no mundo, é necessário ter-se presente que há dois elementos limites: impulsos e necessidade do indivíduo e sociedade complexa na qual exprimi-los. Três elementos concorrem na construção do processo de liberação do indivíduo, subtraindo-o dos sentimentos de culpa, que a sua posição no centro do mundo lhe impõe: 1) consciência dos impulsos que o impelem; 2) Conhecimento do mundo onde esses se exprimem; 3) Auto disciplina para manter em equilíbrio aquilo que nos impulsiona, naquilo que nós nos exprimimos!*

Nas condições culturais nas quais se vive hoje, a ideia que é emocionalmente imposta (nas crianças), segundo a qual o indivíduo deve se considerar como estando no centro do mundo, é inserida vagarosamente pelos pais.

Quando a criança nasce, a casa é reorganizada e coloca-se a criança como sendo o centro de todas as atenções. A cultura no nosso mundo nos impõe isto. As coisas são feitas de tal maneira, que todos fazem com que a criança acredite que cada coisa que fazemos, fazemos por ela, e como ela tem o direito de tudo isto: ela tem quase o dever de pretender que todos assim ajam.

Para a criança se fazem "sacrifícios", ou são assumidas obrigações cansativas, pesadas, e dizem a ela: "Tudo isto porque é a criança da mamãe! "ou "Porque ela é o nosso amor!"

Nunca é dito a ela: "Faço isto para que você possa crescer da melhor forma possível, e possa se preparar para se construir. Antes disso, veja se o faz bem, e sem demora, porque tenho as minhas coisas para fazer!"

A criança é iludida de estar no centro dos nossos interesses, e depois, talvez, é deixada sozinha diante de um televisor a remoer os seus pequenos ou grandes problemas, procurando soluções; sem que alguma vez tivéssemos pensado em fornecer-lhe instrumentos para enfrentar a vida.

Depois pensam os administradores dos programas televisivos (ou a freira do asilo), em sugerir soluções, como aos rapazes de Novi Ligure.

Se desenvolvem fortes doses de rancor na pessoa que é educada para sentir-se no centro do mundo, e depois não ver as pessoas girarem ao redor dela como os planetas em volta do sol (em termos comuns, diz-se que a pessoa foi viciada àquilo!).

Observação: Aqui no Brasil costuma-se dizer que a criança foi muito mimada.

 

Imitação

"Reprodução consciente ou inconsciente, de um modelo comportamental. Faz parte da aprendizagem da criança, e apresenta, segundo J. Piaget, as seguintes fase de aperfeiçoamento que vão pari passu com o desenvolvimento da inteligência: 1) Imitação reflexa (de 0 a 2 meses) ligada ao contexto senso-motor anterior à linguagem, como responder um grito com outro grito; 2) funcional (dos 2 aos seis meses) aonde a reprodução dos gestos acontece por puro prazer do exercício da função, independentemente do significado; 3) significante (dos 6 meses a 1 ano) onde a imitação tende a um resultado voltado à satisfação dos desejos da criança; 4) diferida ou indireta (2 anos) que se manifesta na ausência de modelo, e contemporaneamente no constituir-se do jogo simbólico da linguagem; 5) imitação propriamente dita, para escopos de conhecimento e de adaptação intelectual ao ambiente. Nesta fase a imitação vem a ser interiorizada com um processo equivalente àquele da transformação da linguagem em linguagem interior."

-Do dicionário de psicologia "Le Garzantine" de Umberto Galimberti.

Um dos problemas que a experimentação atual trouxe à luz, é a capacidade da criança associar as palavras às imagens, muito antes da idade na qual, segundo a pedagogia, deveria iniciar a verbalização.

Essa "descoberta" é resolvida entre as demais abertas na Stregoneria. Uma é a relacionada ao início da interiorização no indivíduo das ideias, nelas associando palavras às imagens, ou às situações existentes: as palavras que descrevem estados emocionais, ou respostas aos estados emocionais, são construídas no indivíduo antes da sua fase da verbalização, no crescimento. Além disso, nos permite compreender como existe um mundo todo silencioso, no qual as inteligências estão em condições de associarem as palavras humanas aos objetos, compreendendo neles o significado, e colocando em execução as suas estratégias próprias de adaptação, sem que o Ser Humano tome conhecimento disso, através da sua própria razão, da manifestação dessas inteligências.

Enfim, essa "descoberta", nos permite compreender, também racionalmente, como dentro de nós vem a ser formada a imagem da descrição e da forma do mundo, antes que suceda em nós a capacidade para verbalizar a forma: a ideia do mundo precede a capacidade do Ser Humano para descrever a forma que ele, subjetivamente, percebe.

A realização da ideia da forma do mundo, que é própria da nossa razão, é conseguida antes mesmo de nós estarmos em condições de descrevê-la em sua formação própria!

E é com base nessa forma, que é formada antes da nossa capacidade para narrar, que vem a ser imposta a ideia de que o Ser Humano está no centro do mundo, ideia essa que a capacidade de narrar, interiorizada como pensamento, confirma e sublinha dia após dia, fazendo com que nos manifestemos desse modo no nosso cérebro.

Em todas as fases do crescimento, seja através de ações conscientes como inconscientes, reproduzem dentro de nós o modelo que é socialmente proposto, e esse modelo solicita respostas seja de adesão seja de aperfeiçoamento de si mesmo, e da capacidade para apresentar-se, A criança elabora-o subjetivamente, o interpreta, escolhe os aspectos que mais se harmonizam com ela própria, enquanto manifesta o seu percurso de adaptação.

A saída de tudo o que nos é imposto, vem a ser o processo de nos retirarmos do centro do mundo. Ao reconhecermos que a imposição para nos mantermos no centro do mundo é um processo educacional, ao qual respondemos com a subjetivação do modelo em si, colocamos em execução aquelas ações, que modificando, pelos menos em parte, a nossa estrutura de percepção emocional do mundo, dê início à construção das ligações com a nossa capacidade de agarrar os meios, através dos quais construirmos a nós mesmos no mundo.

Esteja claro que a transformação é um ato de violência emocional, que o sujeito impõe a si mesmo, onde implica uma forte dose de dor emotiva devida à transformação das emoções do indivíduo, que se adaptaram desde a primeiríssima infância. Sem essa dor da transformação da nossa estrutura emocional, que põe em discussão os nossos valores emotivos íntimos, toda a nossa vida se torna um truque de readaptação racional para manter inalterada a marca característica da nossa estrutura emocional que foi imposta na nossa primeira infância.

Em palavras simples: posso remover racionalmente a existência do deus patrão, como conceito, mas aquela crença emerge nas minhas ações e nas minhas decisões, porque as minhas ações e as minhas decisões são o fruto do meu sentir emotivo íntimo.

O modelo da sociedade que se coloca diante da criança não é um modelo rígido, que suscitaria reações, causando conflito com manifestações emocionais, mas surge como um modelo plástico (isto é, que se pode modelar), que permite uma série de adaptações da criança induzindo-a a uma ideia de onipotência com respeito ao mundo. Esta ideia nasce do modelo que a sociedade lhe propõe, como se os sujeitos nela fossem "TODOS ONIPOTENTES" porque são adultos. A seleção dos fenômenos que os "adultos" fazem em comparação com a criança induzem a esta ideia.

As sociedades "industriais" ou ocidentais, tendem a escravizar a criança, porque objeto de trabalho e de consumo ( atual trabalhador e atual consumidor; futuro trabalhador e futuro consumidor), ou a hiper protegê-la (futuro dirigente ou futuro administrador de homens, ou patrão dos homens), com o resultado de selecionar os fenômenos que são enviados à criança, e pelos quais se pede à criança para que pratique as suas próprias adaptações.

É um dos motivos dos quais a Stregoneria, como processo de transformação, pode dedicar aos indivíduos adultos, que decidem percorrer um caminho virtuoso de conquista de si mesmos!

 

A ruptura da condição narcisística

A ruptura da condição narcisística é obtida com o retirar-se do centro do mundo.

Esse retirar-se do centro do mundo é uma das condições psíquicas mais dramáticas que um indivíduo vive, ou por escolha subjetiva ou pelas condições que o mundo lhe impõe.

Tentem imaginar de trabalharem sobre um arranha-céu de 100 andares. Todos os dias, para trabalho, sobem até o último andar: a viagem lhes permite viver com um bom salário.

Quando decidirem retirarem-se do centro do mundo, é como se naquele arranha-céu de improviso faltassem luz, água e gás. Todavia, somente indo lá em cima todos os dias, poderão manter o salário que tinham. Pois bem, vocês devem, de qualquer modo, ir trabalhar no último andar. No início, tentarão se organizar superando traumas e cansaços indizíveis para manterem a situação anterior. Blasfemarão, ficarão enraivecidos, acusarão, lhes parecerá que estarão perdendo a cabeça. Quando superarão a fase aguda do desespero de vocês, se iniciará a emergir de vocês a ideia de que talvez seja melhor começar a mudar a estratégia. Começarão a se perguntarem : "Mas, afinal das contas, o que me faz subir até lá em cima?" Começarão a enxergar ao redor não com olhos de donos do mundo, que admiram possuir (o bom salario que tinham), o narcisista, mas com os olhos de quem pensa de que é melhor se preparar para viver melhor no mundo!

Quanto mais "baixo" foi o papel próprio de satisfação na condição narcisística, mais fácil e indolor será a passagem do retirar-se do centro do mundo. Vejam, por exemplo, as dificuldades que encontram os colarinhos brancos e os donos de empresas, quando devem procurar um novo trabalho, para manterem o mesmo nível de vida que tinham precedentemente.

Com frequência, a necessidade de sair do centro do mundo surge quando a própria educação narcisística veio a ser frustrada pela manifestação de outros narcisismos.

Quando se é sufocado por narcisismos mais violentos, que tentam dominar a eles mesmos, o narcisismo específico da pessoa singular; então aquele indivíduo narcisista enfrenta uma contradição, que na primeira fase se opõem narcisismo contra narcisismo, que suplica o narciso mais forte dele, para reconhecimentos e espaços expressivos para o seu próprio narcisismo. Se não os obtém, inicia um percurso de autodestruição subjetiva, que somente em alguns casos e circunstâncias fortuitas (com frequência desemboca no suicídio) vem a ser acionado um processo de saída da situação narcisística, porque o indivíduo reputa o narcisismo um instrumento inadequado para enfrentar a realidade. Renunciando ao narcisismo, o indivíduo retira-se do centro do mundo. (continua)

Renunciando, portanto, ao narcisismo, o indivíduo retira-se do centro do mundo.

Nesse momento, cessa a pretensão por parte dele de que o mundo gire ao seu redor, e então, ele começa a se organizar para se mover no mundo.

O indivíduo desvia a sua atenção do mundo, que teria de girar ao redor da sua pessoa, para a sua própria pessoa, que deve aprender a se mover no mundo!

ISTO SE CHAMA DESVIAR O OLHAR.

Munirmo-nos para enfrentar o mundo, ao invés de pretendermos que o mundo se muna por nós.

RETIRAR-SE DO CENTRO DO MUNDO SIGNIFICA: CONSTRUIRMOS OS NOSSOS INTERESSES, desenvolvermos o nosso Poder de Ser.

Desviar a atenção para nós mesmos significa obrigar o nosso agir a estar em sintonia com os nossos desejos, que agem no mundo!

Nós nos subtraímos da hierarquia do narcisismo, não homenageando o narciso, nem pretendendo a homenagem. Nós caminhamos juntos com o Sistema Social para interesses comuns. Nós desenvolvemos o que temos dentro de nós fornecido pela nossa espécie.

Do momento que renunciarmos a dominar as pessoas para girarem ao nosso redor; do momento que tivermos renunciado a submeter o nosso narciso a outros narcisos: deveremos nos munir para nos movermos nestas condições novas no mundo social.

As nossas necessidades e as nossas tensões constituem a base sobre a qual construiremos a nossa estratégia de existência: devem, porém, se manifestar no mundo sem nos julgarmos donos do mundo!

Paradoxalmente: a condição narcisística é superada quando se constroem as estratégias de vida com a finalidade da realização dos nossos escopos, e dos nossos intentos. Não existem estratégias de vida no narcisismo: existe adoração de si mesmo, e a pretensão de que o mundo adore o que adoramos!

Existe um campo de trabalho da psiquiatria que fala do narcisismo como sendo a incapacidade do sujeito de se projetar externamente, e de ter necessidade de que o mundo aprove a sua autoaprovação, que o gratifique e lhe dê segurança, confirmando que ele é belo e bravo, que é a única coisa existente no pensamento do narcisista.

Energia que se acumula dentro do sujeito enquanto o indivíduo não da vazão a ela para poder levar talentos ao mundo, mas ele pretende que o mundo conduza dádivas a ele, porque ele é o que é. O talento insuficiente do narciso é energia acumulada e não descarregada. E o resultado é o de que o narcisista se carrega de energia autodestrutiva; os talentos que lhe são levados são para a posição social que ele ocupa (pai, mãe, chefe de escritório ou empresa, presidente, magistrado, policial, chefe de quadrilha, etc.)

O narcisista deve, portanto, alimentar o papel social que ele ocupa, porque isto o satisfaz. Isso satisfaz o seu ser narcisista. Ele, como pessoa, não descarrega a sua própria energia senão para se garantir o papel social. Quando perder o papel social, a sua energia continua a não poder ser descarregada, mas perderá também a possibilidade de descarregar a sua própria tensão de narcisista. É o caso dos narcisistas que morrem (ou entram em depressão) no momento em que se aposentam: já não sabem mais como descarregarem suas tensões. Não sabem como se carregarem e descarregarem de tensões emotivas; sabem somente se reafirmarem, a eles mesmos, através do papel social que lhes veio faltar.

O pensamento abstrato é uma das melhores maneiras para se sair da condição narcisística, retirando-se do centro do mundo.

Melhor, ainda, se usarmos o pensamento abstrato na vida de todos os dias, ou se preferirem, transferirmos tudo o que acontece e se segue na vida de todos os dias para o pensamento abstrato.

Também se alguém estudou filosofia, experimentem usar o pensamento abstrato e o filosofar no lugar de trabalho, no escritório, ou enquanto enfrentam questões coletivas. Transformar o quotidiano em pensamento abstrato, colhendo os mecanismos de movimento do quotidiano e, depois, leva-los novamente ao quotidiano aquilo que vocês elaboraram verificando-os, e deste modo levando-os, novamente, ao abstrato do pensamento de vocês.

Diante de tudo, liberarão dentro de vocês uma quantidade enorme de energia, terão o hábito de dar a tudo respostas, sobre o porque das coisas e das situações, e depois transferirão a atenção de vocês da multidão dos papéis sociais, e iniciarão a seguir o percurso do pensamento abstrato de vocês, descobrindo, ao olharem em volta, maiores destaques.

Alguém dirá que vocês querem ser os "sabichões", mas os seus discursos serão sempre vivos e cheios de interesses, e será a dádiva que vocês conduzirão ao mundo, descarregando com esse dom (e o quanto puder) parte da energia de vocês, que estará pronta para ser recebida novamente de forma revitalizada.

No mundo não serão mais representados (ou pelo menos não sozinhos) pelo papel social que ocupam, mas pelos discursos abstratos que fazem e que estarão repletos das paixões de vocês, dos seus desejos, mas sobretudo dos seus projetos, do Intento de vocês, e do modo como se colocam (estejam atentos para não se exibirem excessivamente, mas isto pertence ao debate da Loucura Controlada).

São vocês que se apresentam como pessoas com a força do que são, e não (somente) pelo papel que socialmente lhes garante.

Quando nos organizamos em função de ideias ou de objetivos abstratos, como manifestação das nossas necessidades, procuramos aliança na objetividade: um caminhar juntos, um acordar os Deuses!

A procura das alianças é o reconhecimento que nós temos do mundo, aquilo que nós reconhecemos em nós mesmos! E demonstrará o quanto nos subtraímos da condição narcisística. Do mundo não pretendemos o reconhecimento do que imaginamos ser, nós mesmos, como uma unidade do mundo, mas reconhecemos que o mundo é atravessado pelas mesmas forças e das mesmas tensões que nos atravessam. Os mesmos Deuses que estão dentro de nós estão nos objetos do mundo!

(Sobre o desvencilhar-se do narcisismo)

Além disso, também, exatamente, porque procuramos os companheiros de estrada, reconhecemos as faltas de tudo o que é inadequado dentro de nós. Isto não significa que nos submetemos a alguém ou que imaginamos que alguém seja perfeito, significa que tomamos consciência da imensidão que nos circunda e do absurdo psicológico de tentarmos dominá-la.

Podemos nos tornar os protagonistas dentro do Sistema Social (para o Sistema Social) somente se nos retirarmos do centro do mundo, pois de outra forma, nos limitamos a escalar a hierarquia social ou nos adaptarmos a ela, a desaprová-la ou a aprová-la, mas sempre dentro da hierarquia determinada.

Nos tornamos artesãos da nossa existência dentro do Sistema Social quando nos subtraímos do jogo do domínio, ao qual a educação narcisística nos impele.

Assim se forma um jogo aparentemente irresolúvel aonde temos a impressão de que uma serpente nos come o rabo, mas ao invés disto devemos vê-la como uma espiral, um retorno que nos leva a crescer:

PODEMOS NOS TORNAR ARTESÃOS DA NOSSA PRÓPRIA EXISTÊNCIA, DENTRO DO SISTEMA SOCIAL, SOMENTE QUANDO SAÍMOS DO CENTRO DO MUNDO; E PARA SAIRMOS DELE É NECESSÁRIO QUE NOS TORNEMOS ARTESÃOS DA NOSSA EXISTÊNCIA.

É uma relação dialética entre as nossas decisões e a satisfação delas que experimentamos dentro de nós.

"VOCÊ NÃO FUGIRÁ NUNCA DESSA GAIOLA!" diz o propagador do narcisismo: "ESSAS SÃO AS REGRAS SOCIAIS!" reafirma.

Na realidade, somos nós que confirmamos estar dentro dessa gaiola. Renunciando, assim, a nos reafirmarmos.

 

Oportunismo

"Atitude de quem, tendo em vista unicamente aos seus interesses próprios, está disposto a renunciar aos princípios próprios e às idéias próprias, para aderir, com base nas circunstâncias, aos princípios e idéias de outras pessoas, aceitando compromissos mais ou menos satisfatórios. Com frequência é indício de insegurança e fraqueza interior unida a uma grande dose de ceticismo em direção à possibilidade de poder reafirmar com sucesso as próprias convicções pessoais."

Do dicionário de psicologia "Le Garzantine", de Umberto Galimberti

Manter-se no centro do mundo aderindo à todas as demandas e às solicitações que vêm do Sistema Social. Renunciar em manifestar às suas próprias tensões e às paixões próprias, por medo, e desse modo, sendo condescendente com a moral e com as ideias impostas, por conveniência, para poder viver tranquilo. Deve-se pagar pela renúncia. Paga-se com a recusa em viver. Aquilo que nos apaixona vem a ser sufocado para ser substituído por outra coisa que nos convém. Todas as paixões, as ideias, os desejos que manifestamos vêm, um pouco de cada vez, a serem sufocados, estuprados, para nos permitir que dirijamos a nossa ação e a manifestação das nossas ideias, naquilo que nos convém e acabamos, por fim, em não encontrarmos mais aquilo que realmente nos era proveitoso.

*Oportunismo*

Tudo se pode comprar em um sistema social que tudo converte em dinheiro, menos a expansão subjetiva da nossa estrutura emocional. Isto não se pode comprar, para obtê-la deve-se fazer por meio das nossas ações e das nossas escolhas.

No Sistema Social em que vivemos, o que não é vendido e vem a ser oferecido gratuitamente, são, e não têm preço, pois nos vincula a uma retribuição por meio de relações, com as nossas transformações. Não se compra o amor, não se compra a amizade, não se compra o caminhar e o fazer projetos juntos.

Ter dinheiro para comprar, nos permite, seguramente, viver melhor; mas é o nosso modo de enfrentar a vida que nos permite construir as relações com o mundo, manipularmos as nossas emoções, nos expandirmos. Só que o Sistema Social não está em condições de controlar as pessoas através de um controle das relações emocionais delas (isso já nos foi provado pelos monoteístas com o controle da sexualidade), todavia tenta-se transformar tudo em mercadorias que possam ser vendidas.

Assim, o oportunista pode adquirir aquilo que não poderia obter com a sua exposição pessoal própria. Existem vários graus de oportunismo, mas em cada caso há sempre um ato de renúncia de si mesmo, da qual o Comando Social se nutre.

Cada estratégia que colocamos em ação no nosso quotidiano, cada vez que nos reafirmamos, a nós mesmos, numa questão do quotidiano, deslocamos alguma grade da gaiola do Sistema Social. Algumas vezes derrubamos alguma grade e em cada um desses casos estamos nos modificando, saindo da condição narcisística: não nos iludimos mais de estarmos com aqueles em torno dos quais o mundo se move, nem nos iludimos de sermos os destinados a donos do mundo (quando realmente fomos?); porém nos movemos no nosso Sistema Social com conhecimento do nosso lugar dentro dele. Chamem-me inclusive de "operador ecológico", sempre se retiram!

Desde quando, antes do advento do Sistema Social, como nós o conhecemos hoje, como expressão absoluta da nossa razão, a nossa espécie se considerava no centro do mundo, ou da Natureza? Desde quando se considerava manifestação do deus dominador e criador do universo?

NUNCA!

Isso aconteceu somente com o advento da razão em primeiro lugar, e do monoteísmo depois!

RETIRAR-SE DO CENTRO DO MUNDO, SIGNIFICA REVERTER O PROCESSO DA AUTO ANIQUILAÇÃO, QUE É LEVADO A CABO DENTRO DO SISTEMA SOCIAL EM QUE VIVEMOS.

Fim do Debate (N.11) - Fevereiro de 2005

 

 

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Claudio Simeoni

Mecânico

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